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Carga mental feminina: por que as mulheres estão cada vez mais cansadas e doentes?
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Você conhece alguma mulher que acorda cedo, cuida da casa, prepara o café da manhã, deixa os filhos na escola, trabalha o dia todo, estuda, faz o jantar, marca o médico da família, dá banho nos pequenos, limpa a cozinha, lava a roupa, trabalha mais um pouco, dorme e acorda cedo para começar tudo de novo?

Talvez essa mulher seja você, ou talvez seja uma ou muitas das suas amigas, irmãs ou primas. Essa é uma rotina muito comum e tem nos deixado cada dia mais sobrecarregadas.    

Mulheres têm o papel de servir?

Historicamente, a mulher sempre esteve no papel de servir. O cuidado com a casa, com o marido e com os filhos ainda é visto, muitas vezes com naturalidade, como obrigações femininas.

Até mesmo nós, mulheres, nos colocamos nessa posição e sentimos culpa quando acreditamos que não desempenhamos bem esses papéis.

Quando um idoso na família fica doente, quem assume a responsabilidade de cuidar, na maioria das vezes, é uma mulher. 

Quando uma criança se machuca ou é mal-educada com um adulto, normalmente, a culpa recai sobre a mãe, que, aos olhos do outro, não cuidou ou não educou o filho como supostamente deveria.

Somos cobradas, pressionadas e facilmente julgadas, tanto por homens quanto por outras mulheres.

Por mais que a discussão sobre esse assunto tenha ganhado mais visibilidade nos últimos tempos, a mulher ainda sofre o peso da responsabilidade com as tarefas da casa, da família, do trabalho e de si mesma, na busca por um padrão de beleza inalcançável. 

Mesmo quando atingimos o sucesso profissional, ainda sentimos que aquilo não é suficiente e que não somos boas o bastante. Começamos então, uma corrida exaustiva, buscando a superação, para alcançar a linha de chegada, quando, muitas vezes, nem sabemos ao certo porque corremos.

Precisamos ser bem sucedidas, ir à academia, estar sempre maquiadas, bem vestidas, deixar a casa sempre limpa e organizada e, claro, estar sempre sorrindo e disponível. Cansativo demais, não é mesmo?

O modo automático de viver nos impede de perceber que estamos nesse lugar.

Mas você já parou para pensar de onde vieram essas imposições? Já se perguntou por que precisamos seguir esse caminho e, principalmente, se ele faz sentido pra você?

A sociedade impõe regras que favorecem alguns, mas impõe às mulheres a cobrança de perfeição, de jovialidade e de submissão. 

Somos aprisionadas em um padrão de beleza muito forte, onde não podemos envelhecer, engordar (mesmo estando saudáveis), emagrecer demais ou tomar decisões sobre nosso próprio corpo.

Desde crianças, somos ensinadas a cuidar das bonecas, a sorrir e a dizer sim.

A sociedade criou um estereótipo de uma mulher submissa, sensível, delicada e preocupada em cuidar do outro.

Divisão de tarefas em casa

Já vi muitos casamentos chegarem ao fim porque a mulher deixou de acreditar no amor. E por que isso acontece? Imagine o seguinte cenário:

No seu trabalho já existe a pressão de provar o seu valor e o seu conhecimento. Já é exaustivo ter que trabalhar mais para que as pessoas realmente levem a sério o que você está fazendo. Ao final do dia, quando chega em casa cansada, seu marido está no sofá, esperando que você faça o jantar. Mas fique tranquila! Depois de comer, ele te “ajuda” lavando a louça.

Parece familiar? Aqui não se trata apenas da carga física (lavar a roupa, fazer a comida, limpar a casa), mas também da carga mental. 

Na maioria das casas, a responsabilidade de lembrar o vencimento das contas, fazer a lista do mercado, contratar serviços, levar o filho ao médico, e tantas outras preocupações, é da mulher. E isso causa uma sobrecarga impossível de aguentar para sempre.

Mesmo com toda a pressão que a sociedade faz, quando temos um parceiro ou uma parceira que realmente nos acompanha nessa trajetória, dividindo as responsabilidades, conseguimos ter uma vida mais leve e mais feliz.

Felizmente, existem homens que têm essa consciência. Eles entendem que os cuidados, desde os mais simples, como lavar a louça, tirar o lixo, pagar as contas, contratar profissionais, até a educação dos filhos, são igualmente responsabilidade de ambos.

Quando essa divisão existe e é feita de maneira genuína, a mulher se fortalece e tem a oportunidade de crescer ainda mais. E, claro, ela admira esse homem, no qual se apoia e, assim, ambos conseguem construir uma trajetória de vida juntos.

Mas a vida pode ser bem mais pesada se nosso parceiro(a) se tornar mais alguém que precisamos carregar. E isso nos oprime. Se, além de ser mãe dos filhos, também precisamos ser mãe do marido, o casamento perde o sentido.

As cobranças podem se tornar recorrentes e virar um problema ainda maior. Aos poucos, podemos perder a admiração por aquela pessoa. Os problemas sexuais aparecem e fica bem difícil lidar com a situação.

Mulher, você não precisa dar conta de tudo!

Eu sei que é difícil acreditar, mas você não precisa dar conta de tudo nem ser perfeita em tudo o que faz!

Infelizmente, é comum sentir que precisamos ter o emprego dos sonhos, ganhar muito dinheiro, cuidar muito bem dos filhos e fazer comidas saudáveis. 

Podemos aguentar essa situação por anos, mas a chance de desenvolver comportamentos disfuncionais, transtornos alimentares, ansiedade e/ou depressão é grande demais para valer a pena. E se isso acontecer, não seremos as únicas prejudicadas.

O problema não é você

Sentimos culpa por tudo o que foge do nosso controle. Acreditamos que somos nós, mulheres, que precisamos melhorar. Com isso, encontramos mais uma obrigação, mais uma pressão, e mais uma culpa, porque ninguém é capaz de dar conta de tudo isso sozinha.

É comum falar sobre a importância do autocuidado, mas como conseguir incluí-lo no meio desse caos? Filhos chamando, reuniões on-line, líder cobrando, marido em casa… Fica realmente muito difícil equilibrar todos esses pratos. E a culpa não é sua.

Onde está sua rede de apoio?

É maravilhoso perceber o quanto as mulheres se apoiam. Temos esse “poder” de nos apoiarmos e de criar uma rede poderosa. 

Pode ser que você não tenha uma parceria ou familiares com essa disposição, mas você sempre vai ter uma ou várias mulheres dispostas a ajudar. 

Se você não tiver a ajuda que esperava da vida, crie condições para ter. Saia da condição de oprimida e seja feliz. Peça e também ofereça ajuda. Deixe sua rede de apoio cada vez mais forte.

Se cuide, mulher!

Quando foi a última vez que você fez exames de rotina? Ou a última vez que fez uma atividade que te dê prazer? Não vale levar o cachorro para passear ou o filho ao parquinho. 

O autocuidado é realmente um desafio para a mulher. Mas ele é essencial para que ela também tenha uma vida saudável e possa oferecer isso para sua família. 

A sobrecarga pode aumentar nossa necessidade de controle e nosso estresse. E essa frustração pode nos tornar pessoas cobradoras.

Você já ouviu uma mulher dizer “eu fiz tanto por você e você não reconhece”? Aqui, fica a reflexão: vale a pena se doar tanto para ser reconhecida, mesmo que o custo seja alto? É possível fazer todo esse esforço porque é uma escolha sua, sem cobranças futuras?

O que estamos ensinando aos nossos filhos?

Quando deixamos de lado nossas necessidades e prazeres, estamos ensinando nossos filhos a fazer o mesmo, que não precisamos nos cuidar e que o cuidado com o outro é mais importante. 

Pense: é dessa forma que você quer viver? É assim que quer ensinar seus pequenos ou as pessoas que se espelham em você?

Ainda é comum que os filhos homens sejam tratados com mais “regalias”. Não precisam arrumar a cama, lavar a louça ou ter responsabilidades em casa. Isso parece prejudicar apenas a mãe, mas, na verdade, estamos ensinando a essa criança/adolescente que isso é normal e que a sua parceira deve ser exatamente assim: a cuidadora, a responsável e a sobrecarregada.

Se a mulher não tiver tempo para seu autocuidado, ao invés de contribuir com a família, ela se tornará nociva. 

Após anos de sobrecarga, ela poderá  descontar no seu companheiro(a) e nos filhos. Todos perdem.

Nossa vida não tem o objetivo único de servir e de cuidar. Quando não damos atenção às nossas vontades e prazeres, a vida se torna apenas uma obrigação.

Repense sua vida. O que você acredita que tem feito você sofrer? Não estamos nesta vida para o sofrimento, mas, sim, para viver momentos de felicidade com pessoas que nos amam e que nos apoiam.

Mulheres que encontram parcerias que dividem, verdadeiramente, uma vida com elas, têm mais prazer em seus dias, são mais felizes no trabalho, riem mais e os filhos também são mais felizes.

Homem, você também faz parte dessa mudança!

Os homens também têm um papel fundamental diante disso: perceber o problema e contribuir com as pessoas que amam, para que essa carga seja realmente dividida de maneira justa.

Muitas vezes, assumir inteiramente as responsabilidades com a casa e com os filhos acontece de maneira quase “natural”. A mulher acredita, mesmo sem perceber, que esta é a sua missão; o homem, por sua vez, não se opõe. 

Por mais que a divisão de tarefas em casa seja, felizmente, um assunto mais discutido nos dias atuais, esse é um  problema que vem de muitos e muitos anos. Está arraigado em nós.

Por isso, homem: não espere ser cobrado para agir. Contribua para o cuidado com as mulheres da sua vida. Ajude a perceber se elas estão vivendo no automático. Assuma responsabilidades. Divida o peso físico e emocional. Contribua você também para uma união mais feliz!

Não é fácil. Mas é possível.

Mudar essa condição não é tarefa fácil e tampouco rápida. Mas precisamos ter, para nós mesmas, um olhar generoso, amoroso e cuidadoso.

Não seremos perfeitas em tudo. Vamos errar, aprender e seguir em frente. 

Encontre espaços e momentos de autocuidado:

  • Tome o sorvete que gosta;

  • Ligue para alguém que te faz bem;

  • Pratique meditação;

  • Caminhe pelo bairro por dez minutos;

  • Leia um livro que te agrade;

  • Prepare sua bebida preferida.

Aqui, vale até ficar trancada 5 minutos no banheiro. O importante é reconhecer o que você necessita e que te dá prazer e se permitir vivenciar isso. 

A terapia pode contribuir para o autoconhecimento, para refletir sobre você, sobre o que te faz bem e perceber quando estamos “ligadas no automático” ou quando estamos vivendo com autenticidade.

Acredite: o autocuidado e as relações fortes são o que nos sustentam. E ao conquistar essa sustentação, conseguimos aproveitar melhor a vida e contribuir para um lar que tenha respeito e leveza.

 

 

 

 

 

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Tel: (11) 9.9893-9024

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© 2020 por Bianca Amarante. Orgulhosamente criado e adaptado com Wix.com

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